Na prática clínica, frequentemente trabalhamos para limpar, secar e corrigir os sintomas — mas o verdadeiro desafio vai além: é entender onde você transborda e quais são os seus limites.
Imagine suas emoções, responsabilidades e demandas como um líquido dentro de um recipiente. Quando ultrapassa a borda, você transborda — e esse transbordamento pode se manifestar como estresse, ansiedade, esgotamento ou sintomas físicos. A boa notícia é que não precisamos jogar toda a água fora para reequilibrar o sistema.
🎯 O ponto de partida: reconhecer seus limites:
Autopercepção: identifique os momentos em que você está a ponto de transbordar (correria excessiva, cansaço emocional, irritabilidade, etc.).
Divisão consciente: sem eliminar tudo, comece a ajustar — reduzindo demandas, delegando, respirando.
Reequilíbrio gradual: redistribua esse líquido ao longo do tempo, respeitando o seu ritmo, seu tempo e sua essência. Viver sua arte sem se perder. O objetivo não é se anular — é se tratar permanecendo íntegro, sem abrir mão de quem você é. É essa autenticidade que torna o processo terapêutico real, sustentável e transformador. Você pode enfrentar desafios, lidar com traumas, reajustar direções — e ainda assim, caminhar coerente com sua “arte”, seus valores e seu propósito.
Como colocar isso em prática? 👇
– Observe os sinais do seu corpo e da sua mente indicando que você está próximo dos limites;
– Ajuste gradativamente: pequenas pausas, mais sono, conversas acolhedoras, limites claros;
– Conecte-se com o que é essencial para você — seja a família, a saúde, a criatividade ou a cura;
– Confie em um processo consistente: transforma-se sem desconstruir, reequilibra-se sem se desnaturalizar.
Transformar-se não significa “zerar” ou resetar sua vida. Significa ajustar o fluxo de forma sensível e sustentável, mantendo sua arte viva — e permitindo que a cura aconteça sem qualquer perda de identidade.
👨⚕️ Dr. Anderson Vieira