Depois de realizar ajustes fisiológicos — como equilibrar os níveis hormonais, corrigir deficiências nutricionais e regular o funcionamento do corpo — surge um desafio muitas vezes ainda mais complexo: reconstruir o relacionamento do casal após a chegada dos filhos, sem que isso exclua ou afaste a criança.
É natural que muitas mães se sintam sobrecarregadas, incompreendidas e até mesmo julgadas nesse processo. Vivemos em uma era de abundância informacional, onde temos mais acesso à ciência, medicina e autocuidado — mas também mais pressão, comparação e solidão.
Quando você vira “ilha” com seu filho?
Diante da falta de compreensão da rede de apoio e do distanciamento afetivo do parceiro, muitas mães se isolam emocionalmente ao lado da única presença que lhes gera sentido: o filho.
Dormir com ele, cuidar exclusivamente dele, acreditar que “ninguém cuida melhor do que eu” são respostas compreensíveis de quem busca segurança e controle em meio ao caos emocional.
Mas com o tempo, essa dinâmica se cristaliza. E quem fica esquecido é o parceiro — que deveria estar ao seu lado por toda a vida.
A reconstrução da intimidade vai além do corpo.
Recuperar a libido, a intimidade e a conexão com o parceiro não é só uma questão hormonal. Vai muito além da reposição de nutrientes. É uma jornada emocional.
É preciso:
– Perdoar e se perdoar
– Trabalhar traumas e ressentimentos com apoio terapêutico
– Investir em inteligência emocional e comunicação ativa
– Assumir responsabilidades individuais no relacionamento, sem culpas ou julgamentos
– Ter momentos de autocuidado e tempo de qualidade para si mesma
A verdade que ninguém te conta: seu filho cresce. Ele vai, um dia, sair de casa. Quem fica ao seu lado é o seu parceiro — e mais importante ainda, você mesma.
Portanto, permitir-se viver a sua sexualidade novamente, reencontrar seu desejo, e reconstruir a intimidade com seu companheiro é um processo necessário para que a sua saúde emocional e relacional floresça novamente.
Não existe tempo ideal para que o filho durma no próprio quarto. O que existe é o tempo necessário para você resgatar a si mesma, com amor, paciência e diálogo.
👨⚕️ Dr. Anderson Vieira